A minha dissertação intitulada Uma senhora de engenho no mundo das letras: o declínio senhorial em Anna Ribeiro [link 1 do final do texto ], , analisa a decadência do mundo senhorial na Obra de Anna Ribeiro, considerando a abolição e a pós-abolição como eventos (re) significados pela elite senhorial baiana, tendo na obra da escritora sua representação ficcionalizada. Anna Ribeiro de Araújo Góes Bittencourt (1843-1930) foi uma ex-senhora de engenho que adentrou no mundo das letras, com o intuito de “orientar” suas jovens patrícias com um discurso moralizador. Para isto, ela escreveu narrativas contextualizadas e ambientadas na sua realidade, com o intuito de criar uma identidade com as suas leitoras.
Sobre esse projeto literário, nove obras foram publicadas na Bahia entre 1882 e 1921. Desta produção emergem os três contos e um romance que retratam a decadência senhorial, analisados nesta dissertação. Respectivamente em Dulce & Alina (1901), Violeta & Angélica (1906), Marieta (1908) e o romance Letícia (1908). A memória social da elite baiana acerca do processo de seu declínio é contada paulatinamente destacando respectivamente o auge, a crise e a derrocada do mundo senhorial, sendo que em Letícia a autora faz uma síntese desse processo. A ótica paternalista dessas obras é peculiar às representações de uma ex-senhora de engenho que oferece nos seus escritos uma versão impar da História da Bahia, através dos tipos sociais, dos ambientes e dos discursos presentes na memória da elite. Ancorada teoricamente na História Cultural, essa pesquisa analisa os três contos e o romance referidos anteriormente, considerando a literatura como uma fonte histórica privilegiada, uma vez que sendo um produto da história, as obras e os autores representam a realidade que os cerca, oferecendo aos leitores possibilidades de leituras, neste caso, sobre a sociedade do Recôncavo entre meados do século XIX e início do século XX.
Publiquei vários artigos derivados da minha pesquisa de Mestrado para serem avaliados para publicação. O primeiro deles, intitulado História, Literatura e Mercado Literário na Bahia Oitocentista: o projeto de Anna Ribeiro de Góes Bittencourt (1843-1930) [link 2 do final do texto], versava sobre a atuação da escritora Anna Ribeiro no cenário literário da Bahia, através da utilização de uma rede de solidariedades que envolvia a sua família, editores e jornais de Salvador. A autora transpôs um ambiente então dominado por homens e publicou várias obras que tinham sempre como objetivo influenciar as leitoras ao “bom” comportamento nos momentos difíceis que assolaram a família aristocrática baiana nos fins do século XIX. Duas Revistas publicaram esse artigo: Cadernos de História, da Universidade Federal de Ouro Preto e A Cor das Letras, revista do Programa de Pós-Graduação em Letras, da Universidade Estadual da Bahia.
Posteriormente, trabalhei as questões concernentes à memória social da Bahia nos fins do século XIX e início do XX, nos artigos Uma Senhora de Engenho no mundo das letras: História, memória e identidade cultural em Anna Ribeiro de Góes Bittencourt (1843-1930). O texto foi publicado na Revista Eletrônica História em Reflexão, periódico do Departamento de História da Universidade Federal da Grande Dourados. Nessa mesma revista publiquei em 2008 o texto Cenas do Recôncavo: a decadência senhorial na literatura de Anna Ribeiro (1843-1930), onde procurei discutir a temática do declínio dos senhores de engenho do Recôncavo nos tipos sociais inscritos nos personagens e nos ambientes dos contos Dulce & Alina (1901), Violeta & Angélica (1906) e Marieta (1908).
Ainda em 2007, publiquei na Revista Em Tempos de Histórias, órgão do corpo discente do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília: Fios literários na teia da História: paternalismo, escravidão e pós-abolição num romance de Anna Ribeiro, artigo baseado no primeiro capítulo da minha dissertação de mestrado que discutia o cunho paternalista da obra de Anna Ribeiro. A escritora era também ex-senhora de engenho e sentiu de perto os impactos da extinção do trabalho escravo, tanto que estabeleci um cruzamento entre a sua obra e os escritos memorialísticos dela e de seus familiares, no intuito de tentar estabelecer como se construíram as representações sobre esses momentos históricos e como se tentou instituir uma memória a esse respeito, sob a égide da elite.
Na Glaúks, Revista da Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Viçosa-MG, discuti a construção de tipos na obra de Anna Ribeiro, no que concerne ao mundo senhorial: escravocratas, senhores e senhoras de engenho, escravos, ex-escravos, agregados, etc. Sob o título Uma Senhora de Engenho Intelectual: Literatura, História e Tipologia Social em Anna Ribeiro de Góes Bittencourt, o texto também era um dos frutos do meu trabalho de Mestrado.
O último artigo que escrevi, enviei para a Revista Patrimônio e Memória da Universidade Estadual de São Paulo, Memórias de uma senhora de engenho: lembranças e esquecimentos nos Longos Serões do Campo, de Anna Ribeiro, [link 3 no final desse texto], discuti os meandros das lembranças na obra de Anna Ribeiro, especificamente no que diz respeito aos esquecimentos nos registros da derrocada financeira e social de sua família, nos fins do século XIX, em detrimento de suas lembranças “faustosas” sobre os tempos em que sua família era como se fosse “a nobreza” baiana, e detinha vários escravos, terras e dinheiro. Isso aconteceu ainda na sua infância e adolescência [por volta de 1850-1870].
Existem ainda outros artigos e comunicações publicadas em universidades, em simpósios e em congressos. O histórico completo da minha produção acadêmica pode ser vista no meu curriculo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4282704Y3
Recentemente sou aluno do doutorado em História pela Universidade Federal da Bahia, na linha "Escravidão e invenção da liberdade". O Projeto de tese que trabalho se intitula "Literatura como memória social: escravidão e pósabolição na ficção baiana (1884-1930).
Publiquei vários artigos derivados da minha pesquisa de Mestrado para serem avaliados para publicação. O primeiro deles, intitulado História, Literatura e Mercado Literário na Bahia Oitocentista: o projeto de Anna Ribeiro de Góes Bittencourt (1843-1930) [link 2 do final do texto], versava sobre a atuação da escritora Anna Ribeiro no cenário literário da Bahia, através da utilização de uma rede de solidariedades que envolvia a sua família, editores e jornais de Salvador. A autora transpôs um ambiente então dominado por homens e publicou várias obras que tinham sempre como objetivo influenciar as leitoras ao “bom” comportamento nos momentos difíceis que assolaram a família aristocrática baiana nos fins do século XIX. Duas Revistas publicaram esse artigo: Cadernos de História, da Universidade Federal de Ouro Preto e A Cor das Letras, revista do Programa de Pós-Graduação em Letras, da Universidade Estadual da Bahia.
Posteriormente, trabalhei as questões concernentes à memória social da Bahia nos fins do século XIX e início do XX, nos artigos Uma Senhora de Engenho no mundo das letras: História, memória e identidade cultural em Anna Ribeiro de Góes Bittencourt (1843-1930). O texto foi publicado na Revista Eletrônica História em Reflexão, periódico do Departamento de História da Universidade Federal da Grande Dourados. Nessa mesma revista publiquei em 2008 o texto Cenas do Recôncavo: a decadência senhorial na literatura de Anna Ribeiro (1843-1930), onde procurei discutir a temática do declínio dos senhores de engenho do Recôncavo nos tipos sociais inscritos nos personagens e nos ambientes dos contos Dulce & Alina (1901), Violeta & Angélica (1906) e Marieta (1908).
Ainda em 2007, publiquei na Revista Em Tempos de Histórias, órgão do corpo discente do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília: Fios literários na teia da História: paternalismo, escravidão e pós-abolição num romance de Anna Ribeiro, artigo baseado no primeiro capítulo da minha dissertação de mestrado que discutia o cunho paternalista da obra de Anna Ribeiro. A escritora era também ex-senhora de engenho e sentiu de perto os impactos da extinção do trabalho escravo, tanto que estabeleci um cruzamento entre a sua obra e os escritos memorialísticos dela e de seus familiares, no intuito de tentar estabelecer como se construíram as representações sobre esses momentos históricos e como se tentou instituir uma memória a esse respeito, sob a égide da elite.
Na Glaúks, Revista da Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Viçosa-MG, discuti a construção de tipos na obra de Anna Ribeiro, no que concerne ao mundo senhorial: escravocratas, senhores e senhoras de engenho, escravos, ex-escravos, agregados, etc. Sob o título Uma Senhora de Engenho Intelectual: Literatura, História e Tipologia Social em Anna Ribeiro de Góes Bittencourt, o texto também era um dos frutos do meu trabalho de Mestrado.
O último artigo que escrevi, enviei para a Revista Patrimônio e Memória da Universidade Estadual de São Paulo, Memórias de uma senhora de engenho: lembranças e esquecimentos nos Longos Serões do Campo, de Anna Ribeiro, [link 3 no final desse texto], discuti os meandros das lembranças na obra de Anna Ribeiro, especificamente no que diz respeito aos esquecimentos nos registros da derrocada financeira e social de sua família, nos fins do século XIX, em detrimento de suas lembranças “faustosas” sobre os tempos em que sua família era como se fosse “a nobreza” baiana, e detinha vários escravos, terras e dinheiro. Isso aconteceu ainda na sua infância e adolescência [por volta de 1850-1870].
Existem ainda outros artigos e comunicações publicadas em universidades, em simpósios e em congressos. O histórico completo da minha produção acadêmica pode ser vista no meu curriculo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4282704Y3
Recentemente sou aluno do doutorado em História pela Universidade Federal da Bahia, na linha "Escravidão e invenção da liberdade". O Projeto de tese que trabalho se intitula "Literatura como memória social: escravidão e pósabolição na ficção baiana (1884-1930).
Ainda nesse semestre publicarei pela Editora da Universidade do Estado da Bahia o livro "Uma senhora de engenho no mundo das letras", fruto da minha dissertação de mestrado.
Observação: A foto exposta no início do texto retrata a escritora Anna Ribeiro de Araújo Góes Bittencourt, com 30 anos de idade. Foto tirada em no ano de 1873.
Links para os meus artigos e textos:
Obrigado pessoal por vasculharem o blog do Anna,
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