A História deve ser o elo entre o passado, o presente e o futuro. Ao pensar o passado queremos saber na verdade sobre quem somos, ou melhor, sobre quem queremos ser. Por esta razão, um espiríto crítico é indispensável para quem a estuda. É com esse espiríto que você deve acessar esse blog. Boas leituras!!! (Prof. Marcel0)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) - Resumo da aula



Antecedentes
· Vários problemas atingiam as principais nações européias no início do século XX.
· Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da
África, ocorrida no final do século XIX.
· Alemanha e Itália haviam ficado de fora no processo neocolonial – França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor.
· A insatisfação da
Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra.
· Início do século XX – forte concorrência comercial entre os países europeus – disputa pelos mercados consumidores.
· Corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo – Clima de apreensão e medo entre os países.
· A França havia perdido a região da Alsácia-Lorena para a
Alemanha durante a Guerra Franco Prussiana. Estavam nervosinhos.
O início da Grande Guerra
· Estopim – Assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina)
Política de Alianças
· Tríplice Aliança – formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha ( a
Itália passou para a outra aliança em 1915).
· Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação de
França, Rússia e Reino Unido. (O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente.)
Desenvolvimento
· Trincheiras – Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território.
· Fome e as doenças.
· Novas tecnologias bélicas – tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas.
Fim do conflito
· 1917 – a entrada dos Estados Unidos no conflito ao lado da Tríplice Entente – acordos comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e França.
· Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Aliança a assinarem a rendição.
· Os derrotados tiveram ainda que assinar o
Tratado de Versalhes que impunha a estes países fortes restrições e punições.
· A Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada, perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à França a região da Alsácia Lorena, além de ter que pagar os prejuízos da guerra dos países vencedores.
· O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o início da
Segunda Guerra Mundial.
· A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos.




TÉCNICA E TECNOLOGIA: INTRODUÇÃO

RESUMO DA AULA DO CURSO TÉCNICO EM COZINHA NA MODALIDADE PROEJA
(24/02/2010)

Vivemos atualmente no mundo do consumo da tecnologia, que nos impõe o seu ritmo acelerado de vida e de adequação ao seu modus vivendi;

A relação entre jovens e a tecnologia se estabelece através da propaganda que acompanha os objetos;

A tecnologia humana é algo recente em relação a técnica, pois esta acompanha a humanidade desde que o homem adquiriu cultura. A tecnologia surge apenas com o desenvolvimento da ciência;

Técnica e tecnologia, portanto, não são sinônimos:

- Técnica se refere ao saber humano passado de “pai para filho”;

- Tecnologia é o pensamento ou o discurso cientifico sobre as técnicas;

A tecnologia surge com a ciência moderna a partir do século XVII

As técnicas evoluíram ao longo do tempo, mas não de forma linear. Cada sociedade avançou e criou suas próprias técnicas em contato ou não com as demais sociedades

No século XIV, por exemplo, a China apresentava técnicas mais avançadas que a Europa;

A técnica evoluiu, no principio da humanidade ao acaso, sendo que na Revolução Industrial (século XVIII) ela passou a ser padronizada até o seu domínio pela tecnologia;

A relação do homem com a tecnologia nos coloca ante a algumas questões importantes:

- Dimensões éticas: Quais são as finalidades da criação e do uso das tecnologias? Quais fins elas servem?

- Dimensões econômicas e políticas: Infelizmente o surgimento das tecnologias está quase sempre ligado aos interesses políticos dos países e, principalmente, aos interesses econômicos das grandes corporações multinacionais. Um exemplo disso são as tecnologias bélicas (de armamento)

O Gênio criativo do homem, no entanto, pode e deve ser utilizado para o bem da humanidade. Só pensar que gastamos mais do nosso potencial científico com tecnologia de cosméticos ou sobre o espaço sideral do que para solucionar as misérias humanas;

Desafios da produção científico-tecnológica no Brasil:

- Difusão das inovações antigas e recentes: Através dos institutos de tecnologia, das universidades e das escolas;

- Capacitação Humana: Formação profissional adequada e sempre atualizada em relação aos novos conhecimentos tecnológicos que forem surgindo com o tempo.


Bons estudos caros alunos,
Prof. Marcelo


Imagem: Locomotivas do século XIX. Na Revolução Industrial o surgimento desta tecnologia representou um grande avanço para os transportes de pessoas e serviços.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Blog "Grupo de História"



Atenção para os alunos que desejam se exercitar para as provas de História das Federais e do ENEM, eu sugiro que consultem o blog de um grande amigo meu, o professor Alexander Magnus, do Rio Grande do Sul.
O endereço eletrônico é http://www.gruposdehistoria.blogspot.com/.

Nesse blog estão postados também slides sobre a Guerra de Canudos, a Guerra do Contestado e muitos outros assuntos de História do Brasil República, que é o assunto que estamos discutindo agora na sala de aula.

É uma ótima recomendação, eu lhes asseguro.

Grande Abarço,

Prof. Marcelo

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CARNAVAL: A Festa que não sai de Moda

Datada de 1899, a composição "Ô Abre Alas", de Chiquinha Gonzaga (1847-1935), é a primeira marcha carnavalesca de que se notícia. Composta para o cordão Rosa de Ouro, do tradicional bairro do Andaraí (RJ), ela traz versos simples, objetivos, mas com uma capacidade de persuasão imensa para fazer dançar do simples operário da fábrica ao mais poderoso empresário das indústrias:
Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Eu sou da lira não posso negar
Eu sou da lira não posso negar
Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Rosa de ouro é que vai ganhar
Rosa de ouro é que vai ganhar.
No final do século XIX, os jornais da capital chamavam e cordões carnavalescos os “grupos de foliões mascarados e provocadores”. Eram grupos de foliões que saíam às ruas fantasiados, satirizando personalidades e cantando de tudo, desde canções folclóricas a trechos de ópera e fados. Atualmente, mais de cem anos depois dos primeiros grupos de rua, a tradição está de pé e cada vez mais forte em todos os cantos do Brasil. Quando chega o mês de fevereiro, folião que é folião substitui o bater do coração pelo rufar dos tambores.De origem européia, o Carnaval tem origem nas celebrações das colheitas dos povos da antiguidade, tendo chegado ao Brasil na Era Moderna, trazido pelos portugueses. Já na colônia, no século XVI, há relatos de escravos fantasiados e outros blocos de foliões, que saíam pelas ruas dançando o "entrudo". No século XIX, foram os Bailes Cariocas que atiçaram o espírito dos brincalhões. Depois disso, o carnaval brasileiro deslanchou, com os Cordões, os Ranchos e, claro, as escolas de samba, bem como os blocos de rua, que hoje parecem ter reencontrado a velha forma.O carnaval já foi tema também de inúmeros estudos acadêmicos. Talvez o mais famosos estudo pertença ao filósofo russo Mikahil Bakhtin. Debruçando-se sobre os aspectos da cultura popular da Idade Média européia, Bakhtin estudou aquilo que chamou de "carnavalização", os efeitos de uma festa popular antiga que desde há muito tempo subverte a ordem, o pecado e as alegorias do mundo cristão e pagão. Espécie de emancipação social, a carnavalização era para o filósofo russo uma linguagem simbólica, que pontua a divergência entre o oficial e o não-oficioal, a ruptura com tudo o que é institucionalizado. “O núcleo dessa cultura, isto é, o carnaval não é de maneira alguma a forma puramente artística do espetáculo teatral e, de forma geral, não entra no domínio da arte. Ele se situa nas fronteiras entre a arte e a vida. Na realidade, é a própria vida apresentada com os elementos característicos da representação”, disse Bakhtin. (BAKHTIN, M. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec/ UnB 1999)


Veja a cronologia do Carnaval clicando no Link:
http://veja.abril.com.br/cronologia/carnaval/index.html

Fonte:
http://cafehistoria.ning.com/

Imagem: "Carnaval de Rua", Militão Santos

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

DA PAZ À GUERRA: ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL


Através do estudo do texto do historiador inglês Hobsbawm é possível compreender o inconsciente coletivo da sociedade européia no período imediatamente anterior à Primeira Guerra Mundial. O autor observa, com propriedade, que entre 1871 (término da Guerra Franco-Prussiana) e 1914, o continente europeu não assistiu a nenhum conflito expressivo. "A paz era o quadro normal e esperado das vidas européias."
No entanto, embora as possibilidades de uma grande conflagração tivessem sido prevista, tanto pelos governos, como pelo grande público em geral, "sua deflagração não era realmente esperada". São estas contradições que o autor procura captar e que servem como pano de fundo da irrupção do conflito de 1914.
Outro ponto importante analisado por Hobsbawm é aquele que diz respeito à incompetência, tanto dos governos como dos militares, em perceber, realmente, o caráter catastrófico de uma possível guerra. Por fim, o autor faz referências à corrida armamentista e à crescente dependência dos diversos governos europeus em relação aos complexos industriais-militares que vão se estruturando no período anterior a 1914.
ATENÇÃO!!!
PARA FAZER O COMENTÁRIO SOLICITADO PELO PROFESSOR NA SALA DE AULA, FAÇA O DOWNLOAD DO TEXTO NA INTEGRA:

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA: "O povo assistiu àquilo bestializado", artigo de Aristides Lobo (1889)


O artigo de Aristides Lobo, publicado em forma de carta no “Diário Popular”, descreve como o povo do Rio de Janeiro assistiu à proclamação da República pelo marechal Deodoro - bestializado, como se presenciasse uma parada militar. O artigo foi escrito na própria tarde de 15 de novembro de 1889 e veio à luz na edição do dia 18. Em tempo: Aristides Lobo era republicano.
Cartas do Rio(*)


ACONTECIMENTO ÚNICO


Rio de Janeiro, 15 de novembro de 1889.

Eu quisera poder dar a esta data a denominação seguinte: 15 de Novembro, primeiro ano de República; mas não posso infelizmente fazê-lo. O que se fez é um degrau, talvez nem tanto, para o advento da grande era.Em todo o caso, o que está feito, pode ser muito, se os homens que vão tomar a responsabilidade do poder tiverem juízo, patriotismo e sincero amor à liberdade.Como trabalho de saneamento, a obra é edificante. Por ora, a cor do Governo é puramente militar, e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só, porque a colaboração do elemento civil foi quase nula.
O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava.
Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada.
Era um fenômeno digno de ver-se.
O entusiasmo veio depois, veio mesmo lentamente, quebrando o enleio dos espíritos.
Pude ver a sangue-frio tudo aquilo.
Mas voltemos ao fato da ação ou do papel governamental. Estamos em presença de um esboço, rude, incompleto, completamente amorfo.
Bom, não posso ir além; estou fatigadíssimo, e só lhe posso dizer estas quatro palavras, que já são históricas.
Acaba de me dizer o Glycerio que esta carta foi escrita, na palestra com ele e com outro correligionário, o Benjamim de Vallonga.
E no meio desse verdadeiro turbilhão que me arrebata, há uma dor que punge e exige o seu lugar - a necessidade de deixar temporariamente, eu o espero, o Diário Popular.
Mas o que fazer? O Diário que me perdoe; não fui eu; foram os acontecimentos violentos que nos separaram de momento.

Adeus.
Aristides Lobo


(*) Cartas do Rio era o título da coluna que o jornalista mantinha no Diário Popular.

Fonte:
http://www.franklinmartins.com.br/estacao_historia_artigo.php?titulo=o-povo-assistiu-aquilo-bestializado-artigo-de-aristides-lobo-1889

Carta de despedida de D. Pedro II (1889)


Apenas no dia 16 de novembro, Pedro II deu-se conta de que estava deposto e a República havia chegado para ficar. Durante todo o dia 15, apesar dos relatos alarmados da princesa Isabel e do chefe do gabinete, Visconde de Ouro Preto, o imperador acreditou que a movimentação militar poderia ser contida com a dissolução dos batalhões sublevados e mudanças no ministério. Tanto que, ao embarcar no trem que o levaria de Petrópolis ao Rio, na tarde do dia 15, tranqüilizou a imperatriz, que julgava a situação perdida: “Qual, senhora. Lá chegando, isso se acaba”. Ao chegar ao Paço, no Rio, insistiu na mesma idéia: “Isso é fogo de palha; conheço meus patrícios”.
Mas Pedro II estava errado. Exaurida, a monarquia havia caído sem tiros e sem resistência. No dia 16 de novembro, o homem que havia comandado Brasil durante quase meio século recebeu um comunicado do novo governo provisório, informando-o sobre a proclamação da República e dando-lhe o prazo de 24 horas para deixar o país. Na madrugada seguinte, a bordo do navio “Alagoas”, Pedro de Alcântara e sua família seguiram para o exílio na Europa. Antes de partir, ele escreveu uma pequena carta de despedida ao povo brasileiro.


“A vista da representação escrita, que me foi entregue hoje, às 3 horas da tarde, resolvo, cedendo ao império das circunstâncias, partir, com toda a minha família, para a Europa, deixando esta Pátria, de nós tão estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação, durante quase meio século em que desempenhei o cargo de chefe de Estado. Ausentando-me, pois, com todas as pessoas de minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo os mais ardentes votos por sua grandeza e prosperidade.

Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1889.
D. Pedro de Alcântara.”


Legenda da Foto
El Rey, nosso senhor e amo, dorme o sonno da... indifferença. Os jornaes, que diariamente trazem os desmandos desta situação, parecem produzir em S. M. o efeito de um narcótico. Bem aenturado senhor! Para vós o reino do céo e para o nosso povo, o do inferno.


Fonte: