A História deve ser o elo entre o passado, o presente e o futuro. Ao pensar o passado queremos saber na verdade sobre quem somos, ou melhor, sobre quem queremos ser. Por esta razão, um espiríto crítico é indispensável para quem a estuda. É com esse espiríto que você deve acessar esse blog. Boas leituras!!! (Prof. Marcel0)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Carta de despedida de D. Pedro II (1889)


Apenas no dia 16 de novembro, Pedro II deu-se conta de que estava deposto e a República havia chegado para ficar. Durante todo o dia 15, apesar dos relatos alarmados da princesa Isabel e do chefe do gabinete, Visconde de Ouro Preto, o imperador acreditou que a movimentação militar poderia ser contida com a dissolução dos batalhões sublevados e mudanças no ministério. Tanto que, ao embarcar no trem que o levaria de Petrópolis ao Rio, na tarde do dia 15, tranqüilizou a imperatriz, que julgava a situação perdida: “Qual, senhora. Lá chegando, isso se acaba”. Ao chegar ao Paço, no Rio, insistiu na mesma idéia: “Isso é fogo de palha; conheço meus patrícios”.
Mas Pedro II estava errado. Exaurida, a monarquia havia caído sem tiros e sem resistência. No dia 16 de novembro, o homem que havia comandado Brasil durante quase meio século recebeu um comunicado do novo governo provisório, informando-o sobre a proclamação da República e dando-lhe o prazo de 24 horas para deixar o país. Na madrugada seguinte, a bordo do navio “Alagoas”, Pedro de Alcântara e sua família seguiram para o exílio na Europa. Antes de partir, ele escreveu uma pequena carta de despedida ao povo brasileiro.


“A vista da representação escrita, que me foi entregue hoje, às 3 horas da tarde, resolvo, cedendo ao império das circunstâncias, partir, com toda a minha família, para a Europa, deixando esta Pátria, de nós tão estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação, durante quase meio século em que desempenhei o cargo de chefe de Estado. Ausentando-me, pois, com todas as pessoas de minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo os mais ardentes votos por sua grandeza e prosperidade.

Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1889.
D. Pedro de Alcântara.”


Legenda da Foto
El Rey, nosso senhor e amo, dorme o sonno da... indifferença. Os jornaes, que diariamente trazem os desmandos desta situação, parecem produzir em S. M. o efeito de um narcótico. Bem aenturado senhor! Para vós o reino do céo e para o nosso povo, o do inferno.


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